terça-feira, 17 de maio de 2016

jogos de azar





Um conceito antigo, o “modelo moral”, afirmava que o jogo excessivo era considerado um vício. O jogador era considerado um sujeito fraco, egoísta e irresponsável. Hoje, a comunidade científica afirma categoricamente que o jogo patológico não é um vício, não é um defeito moral, mas é considerado uma doença – modelo médico.

À parte desse modelo médico, o jogo pode ser considerado um problema de controle. Considerar o jogo como doença permite um deslocamento da responsabilidade da ação do jogador a um processo de doença insidioso.

A adição ao jogo não é somente jogar muito dinheiro ou perder muito tempo, a grande diferença entre um jogador adicto e o jogo de um jogador social é que este controla seu comportamento de jogar, estabelece limites para sua conduta. O adicto deixa de jogar quando o dinheiro acaba ou quando os familiares vêm buscá-lo. O controle de seu comportamento é externo, ele perde tal domínio quando joga. Uma particularidade que distingue o jogador adicto do jogador social é a caça. A caça consiste em jogar para recuperar o dinheiro perdido, levando o sujeito a aumentar quantidade e a freqüência das apostas. Enfim, o Jogo Patológico é um transtorno da saúde mental em que um indivíduo tem psicologicamente uma preocupação incontrolável com o desejo de jogar, isso acaba resultando em danos profissionais, familiares, e nas relações sociais.

Características dos jogadores

Social

  • Ocasional
  • Entretenimento
  • Interação Social
  • Interrupção independe de perdas e ganhos 
  • Controle
  • Resultado não interfere na auto-estima


  • Profissional

  • Controle
  • É sua forma de vida
  • Cálculos ponderados
  • Não joga pela paixão


  • Adicto

  • Jogar é uma necessidade
  • Perda do controle
  • Joga para diminuir a ansiedade, a tensão ou para fugir de um vazio interior
  • Otimismo irracional: Supervalorização do êxito e minimização dos resultados negativos
  • Pensamento mágico/supersticioso: Falhas em compreender a realidade estatística
  • Culpa, autocompaixão, auto-castigo
  • Prejuízo familiar, social, profissional e financeiro


  • A maioria dos jogadores compulsivos responderão “sim” a pelo menos sete destes sinais:


    1. Você perderia tempo de trabalho ou de escola devido ao jogo?


    2. Por você jogar, você percebe que a cada dia a sua vida é mais infeliz?


    3. Será que o jogo afeta a sua reputação?


    4. Alguma vez você sentiu remorso após jogar?


    5. Você já jogou para obter dinheiro para pagar dívidas e acabou tendo mais dificuldades financeiras?


    6. Jogar causa diminuição na sua ambição ou eficiência?


    7. Depois de perder você achou que deveria retornar o mais rapidamente possível ao jogo para recuperar suas perdas?


    8. Depois de uma vitória você tem um forte desejo de regressar e ganhar mais?


    9. Você muitas vezes joga até gastar o seu último dinheiro?


    10. Você já contraiu empréstimos para financiar o seu jogo?


    11. Você já vendeu alguma coisa para financiar seu jogo?


    12. Você já associou o “azar no jogo” para justificar o não pagamento de suas despesas normais?


    13. Você faz ou fez apostas descuidando-se de si próprio ou do bem-estar de sua família?


    14. Você já ficou jogando mais tempo do que você tinha planejado?


    15. Alguma vez se preocupou em jogar para escapar de algum problema?


    16. Você já cometeu ou ficou tentado a cometer algum ato ilegal para financiar um jogo? Tipo pegar dinheiro de alguém, saquear ou roubar.


    17. O jogo lhe causa dificuldade para dormir?


    18. Pensamentos, decepções e frustrações dentro de você criam um desejo de jogar?


    19. Alguma vez você deixou de fazer outras coisas que seriam agradáveis (aniversários, festas) para continuar jogando ou ficar mais tempo no jogo?


    20. Você já pensou em auto punição ou em suicídio como resultado de uma grande perda em um jogo?


    Fases uniformes e progressivas no jogo patológico

    1ª - Fase dos ganhos: jogar é uma aventura divertida e excitante. A sorte inicial é rapidamente substituída pela habilidade de jogar. As vitórias tornam-se cada vez mais excitantes e o indivíduo passa a jogar com maior freqüência, acreditando que é um apostador excepcional. As perdas são vistas como má sorte, maus conselhos, azar (fatores externos). Um indivíduo que joga apenas socialmente geralmente pára de jogar nessa fase.


    2ª - Fase das perdas: a atitude de otimismo irracional sobre os ganhos passa a ser característica principal do jogador patológico. O jogo não sai de sua cabeça e ele passa a ir jogar sozinho. Depois de ganhar uma grande quantia de dinheiro, o valor da aposta aumenta consideravelmente, na esperança de ganhos ainda maiores. Perder é intolerável. O dinheiro que ganhou no jogo é utilizado para jogar mais, em seguida, o indivíduo emprega o salário, economias e dinheiro investidos. Essas perdas ameaçam a auto-estima do jogador. Tenta pagar rapidamente as dívidas para evitar que a família e os amigos descubram. A mentira e o ato de enganar se tornam freqüentes. A pressão dos credores intensifica, ameaçando a segurança e o segredo. Nesse ponto, tende a fazer uma confissão parcial e promessas de parar de jogar.


    3ª - Fase do desespero: evidenciada pelo aumento de tempo e dinheiro gastos, pelo afastamento da família, pela instalação de um estado de pânico, pois o jogador percebe o tamanho de sua dívida, pelo o desejo de pagá-la prontamente, pelo isolamento de familiares e amigos, pela reputação negativa que passou a ter na sua comunidade e, finalmente, por um desejo nostálgico de recuperar os primeiros dias de vitória. A percepção do problema pressiona o jogador, que tende a jogar ainda mais, na esperança de ganhar uma quantia que possa resolver todos esses problemas. Alguns jogadores passam a utilizar recursos ilegais para obter dinheiro. Ocorre a exaustão física e psicológica, levando à depressão. Podem ocorrer pensamentos suicidas.


    Tratamento



    A psicoterapia grupal ou individual envolve técnicas cognitivas e comportamentais de distanciamento (desintoxicação) do jogo, controle do dinheiro, mudanças de hábitos, aquisição de habilidades de enfrentamento e autocontrole, reestruturação de crenças, exposição e prevenção de recaída. A orientação familiar é uma ferramenta imprescindível e muitas vezes os familiares são considerados co-terapeutas no tratamento do jogador.

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    Já teve alguma experiência com jogos de azar? conhece alguém que teve? deixe nos comentários, ficaremos felizes em ler seu Feedback.

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