quarta-feira, 18 de maio de 2016

Khat



A khat (Catha edulis) provém de uma árvore sempre-verde que cresce a grandes altitudes desde o este ao sul da África. A sua substância principal é a catitona. Em África muitas pessoas mastigam folhas frescas de khat para tornarem a vida um pouco mais agradável. Nas áreas rurais começam pouco após o pequeno-almoço, e continuam a mastigar as folhas durante todo o dia. Até as crianças mastigam khat. Os efeitos estimulantes tornam mais fáceis as tarefas diárias. A khat também é usada em diferentes cerimonias, tais como casamentos. O composto ativo desaparece após 48 horas, mas a khat seca continua a ter qualidades estimulantes: contém tanina, tiamina, niacina, riboflavina e carotina, assim como ferro e aminoácidos. Segundo L. Lewin (Phantastica, Narcotic and Stimulating Drugs, 1931) a khat foi adotada socialmente para produzir excitação, combater o sono, e promover a
comunicação. Era usada como substância estimulante para dispersar as sensações de fome e fadiga.


História

Os nativos africanos mastigavam os novos rebentos e as folhas frescas da Catha edulis. A khat
era usada no Yemen ainda antes do café e era imensamente popular. Lewin descreveu os
mercados de khat, para onde a planta era transportada em maços de ramos desde as

montanhas.

Os antigos Egípcios consideravam a Catha edulis uma planta muito sagrada, uma “comida divina” capaz de libertar a divindade nascente da humanidade. Os Egípcios não ingeriam a khat apenas para “se drogarem”, usavam-na para “despertar o processo metamórfico que leva a uma transmutação teúrgica da natureza humana até à apoteose”, permitindo ao ser mortal menor ser “vergottet”, ou tornado igual a deus.

Esta planta era tão importante para os povos antigos que estes lhe chamavam “a planta” ou “o arbusto”, embora o seu nome específico se tenha perdido no tempo.

Hoje em dia a khat é usada por toda a África Oriental, desde o Médio Oriente ao sul, e especialmente no Yemen, na Somália e na Etiópia ainda é popular.


Efeitos

A khat é uma planta estimulante que produz uma sensação de exaltação e de libertação do espaço e do tempo. Pode causar uma loquacidade extrema, risos idiotas, e eventualmente uma coma parcial. Também pode causar euforia e se usada permanentemente pode levar a uma forma de delirium tremens. Quando mastigada pela primeira vez os efeitos iniciais podem ser desagradáveis e incluir tonturas, lassidão, taquicardia, e por vezes dores abdominais. Sensações gradualmente mais agradáveis substituirão estes sintomas inaugurais. Finalmente a maioria das pessoas que usa khat terá sensações de felicidade, claridade de pensamento, e tornar-se-á eufórica e demasiado energética. Por vezes a khat produz depressão, sonolência, e depois um sono profundo. A maioria dos mastigadores de khat consegue estimar a quantidade que necessita para sentir os efeitos desejados sem sofrer de
insonias. Os utilizadores permanentes tendem a sentir uma euforia contínua. Pesquisas de Galkin e Mironychev (1964) provaram isto, mas também que em casos raros o utilizador pode tornar-se agressivo e demasiado excitado.


Uso medicinal

Os defensores do uso da khat afirmam que esta acalma os sintomas dos diabetes, da asma, e das
desordens de estômago e intestinos. Os oponentes afirmam que a khat é prejudicial à saúde, suprime o apetite, e perturba o sono.


Variedades

A folhas de khat também podem ser vendidas secas ou esmagadas, ou em forma de pó. Laboratórios ilegais foram descobertos usando uma forma sintética do ingrediente mais ativo da khat (a catinona), a qual é chamada de “metacatinona”, e conhecida no mercado negro como “cat”.


Contra-indicações

O ritmo respiratório e a pulsação aceleram e a tensão arterial tende a aumentar. Os utilizadores frequentes também sofrem um decréscimo na capacidade funcional do sistema cardiovascular.



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